Foz do Iguaçu está entre as seis cidades selecionadas para a ampliação do Método Wolbachia no Brasil, que visa, portanto, o combate à proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, zika e chikungunya.
O método consiste em “contaminar” os mosquitos com a bactéria Wolbachia, que impede que os vírus das arboviroses se desenvolvam.
Essa bactéria não possui transmissão para humanos ou outros mamíferos e, com a reprodução dos mosquitos, espera-se a redução da transmissão dos vírus.
Além de Foz do Iguaçu, selecionou-se pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde as cidades de Londrina (PR), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Natal (RN) e Joinville (SC).
Para a seleção, consideraram-se os municípios com:
- Mais de 100 mil habitantes responsáveis pela maior parte dos casos de arboviroses urbanas;
- O clima da região (com máxima mensal abaixo de 35ºC e média anual de 20ºC);
- O número de casos prováveis de dengue nos últimos 10 anos;
- A incidência de dengue nos últimos cinco anos e a presença de aeroporto.
Os municípios escolhidos, então, vão iniciar nos próximos dias o protocolo do Ministério da Saúde para utilização do método.
A supervisora técnica do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu, Renata Defante Lopes, reforça que, mesmo com o início do teste do método Wolbachia, a principal ação contra a dengue continua sendo o combate aos criadouros do mosquito.
“Continuaremos os trabalhos de vistorias e precisamos do apoio de toda a população, com os cuidados básicos de manter a limpeza em suas casas e quintais para evitar os focos”, destaca.
Sobre o método
O World Mosquito Program (WMP) é, pois, uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
O primeiro local de atuação do WMP foi o norte da Austrália, em 2011.
Atualmente opera em 12 países (Austrália, Brasil, Colômbia, México, Indonésia, Laos, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia).
No Brasil, o Wolbachia é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde, em parceria com os governos locais.
O diagnóstico da presença da Wolbachia no Aedes aegypti produz-se nos laboratórios do WMP Brasil/Fiocruz, por técnicas de biologia molecular.
Após identificar o estabelecimento do Aedes aegypti com Wolbachia, não são necessárias, então, novas solturas destes mosquitos.
Portanto, o Método Wolbachia do WMP considera-se autossustentável.
Fonte: PMFI