Profissionais da rede de educação municipal seguem com greve por tempo indeterminado em Foz do Iguaçu
Na tarde desta segunda-feira (16), mais de 300 profissionais da educação da rede pública municipal de Foz do Iguaçu se reuniram para participar da Assembleia Geral.
Esta, fez-se em frente à prefeitura do município.
Os professores decidiram por manter greve geral por tempo indeterminado, com base nas propostas apresentadas por representantes do executivo municipal em reunião que antecedeu a assembleia.
Na reunião realizada, portanto, entre dirigentes sindicais, o prefeito Chico Brasileiro e a secretária de Educação, Maria Justina, não demonstraram mudanças significativas.
Apresentaram, enfim, somente a concessão de vale-alimentação a servidores de todas as categorias do município que recebam salários até R$ 5.500,00, e de um raso aumento no valor do abono assiduidade (benefício para quem não possui falta, licença ou atestado).
Depois da votação, os servidores seguiram em carreata até o condomínio onde reside o prefeito de Foz, Chico Brasileiro.
Exigiu-se, portanto, na frente do local, que os direitos adquiridos ao longo dos últimos anos sejam cumpridos.
“Ei, prefeito! A luta é por direitos!”, gritaram.
“Amanhã (17), a partir das 8h, os profissionais da educação do município seguirão protestando em frente à prefeitura para exigir que direitos adquiridos ao longo dos últimos anos sejam respeitados e por melhores condições de trabalho”, comunica a professora, Viviane Dotto, presidente do Sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi).
Como ficam os pais e responsáveis?
A recomendação é que os pais e responsáveis por alunos matriculados em escolas e CMEI’s da rede pública municipal informem-se nas unidades escolares correspondentes sobre o funcionamento.
A Avenida JK (local da prefeitura) teve fechamento parcial por conta da mobilização dos servidores públicos.
Constatou-se então, no mínimo, 50 unidades escolares (escolas e CMEI´s), que aderiram parcialmente à greve geral e cerca de 10 CMEI´s fecharam totalmente.
Em um levantamento feito pela assessoria jurídica do Sinprefi mostrou que:
- Foram mais de 700 afastamentos por atestados ou licença médica entre janeiro e junho de 2023;
- Grande parte dos afastamentos por questões psicológicas;
- Em um comparativo em outros anos no mesmo período, entretanto, possuíam uma média de 250 afastamentos.
Segundo a advogada do sindicato, Dra. Solange Machado, os afastamentos médicos são um dos principais fatores de descontentamento entre os profissionais.
“A questão de reajuste salarial e respeito a direitos conquistados é importante, mas esse movimento tem muita relação também com a saúde do professor”, complementou a advogada.
Qual será o andamento da greve?
A resolução das pautas citadas acima, e praticamente todas as pautas em negociação, foram postergadas.
Uma parte para os próximos meses e até para o ano que vem.
“Tem sido assim desde o ano passado. O executivo sempre diz que só terá respostas quatro meses depois, não apresenta cronograma de resolução nem cálculos para resolver as questões pendentes”, ressalva a presidente do Sinprefi, Viviane Dotto.
Sem mudanças relevantes, optou-se por greve geral por tempo indeterminado, sustentando uma esperança de que, será, portanto, feita novas negociações.
A implantação, portanto, de direitos contidos no Plano de Carreira do Magistério, que é uma lei municipal de 2015, só irá ocorrer depois de uma revisão com previsão de conclusão em março do próximo ano.
Não está previsto, também, o pagamento de 5,21% pendentes da data-base do ano passado.
Nem para o pagamento do Piso Nacional aos professores, conforme preconiza o Ministério da Educação.
A pauta de negociação inclui, ainda, falta de professores, condições de trabalho inadequadas, pagamento de progressões de carreira conquistadas com formação profissional, entre outros itens.
Fonte: Rádio Cultura Foz