Acredito que tenho a obrigação de expor minha opinião sobre a trágica situação política de Foz do Iguaçu. Logicamente que para alguns minha opinião será redundante neste artigo. Logicamente que para outros esta opinião é irrelevante, entretanto fica a obrigação cumprida ao menos com minha consciência e com os amigos e seguidores que procuram minha opinião diante dos fatos.
Não é novidade que eu já alertara sobre a tragédia política que Foz viveria sobre a gestão do Prefeito Silva e Luna. Eu dizia que ele não teria trato com o povo, com o público. O argumento era de que ele estava acostumado com a vida de General que vive isolado e intocável na sala do Comando, normalmente posicionada na última sala, no final do longo corredor, no mais alto pavimento do Batalhão, longe dos majores, dos tenentes, dos sargentos e muito acima, inimaginavelmente acima de qualquer recruta soldado ou cabo. Um aperto de mão do Diretor-Geral da Itaipu no Natal pouco fala sobre quem teve hábitos alimentados por décadas.
Certa feita questionei: “como o prefeito Luna lidará com a greve, com a manifestação popular, com a paralização, sendo que aparentemente falta o tato político?” A resposta agora está posta e escarrada na cara da população.
A saúde está em uma situação calamitosa? Sim. A segurança geme? Certamente (ou é normal um assassinato com fuzil às três da tarde na praça mais movimentada da região nordeste de Foz?). A pavimentação está horrível? Sim. Parece que estamos trafegando nas crateras da lua, contudo confesso, este que vos fala não estava comovido a participar de tal manifestação convocada.
Não participaria porque julguei que alguém estaria tentando se aproveitar politicamente de tal convocação, porém um fato me impeliu a participar da manifestação. Este fato é infinitamente mais grave que a fila da saúde, que a insegurança ou a falta de infraestrutura, a judicialização da política por parte do Prefeito Luna e a tentativa de cerceamento da liberdade da população em manifestar-se é um tapa na cara de qualquer cidadão que preze por liberdade.
Parafraseando Evelyn Beatrice Hall, discordo da sua manifestação, mas defenderei até a morte seu direito de manifestar-se, logo, fui para somar à luta de garantia do direito à manifestação. Chega de estúpro à Constituição Federal já capenga e vilipendiada.
Toda e qualquer justificativa ou argumento que se apresente é insuficiente na luta contra a liberdade de manifestação. Os moradores ali presente – nos atos pró-Bolsonaro ou Fora Lula também haviam moradores sendo de certo modo incomodados. Deveriam fazer na prefeitura e não na frente da casa do prefeito – a rua do prefeito é tão pública quando a prefeitura e a praça que nos reunimos frequentemente. Espero que a Polícia/GM faça um carinho nos manifestantes – primeiro que ninguém fala isso in loco, depois que graças a Deus a Polícia/GM não é composta por gente estúpida e covarde.
Sou extremista? Se for pra violar a minha liberdade, sim, sou extremamente contrário. Se for para ferir a liberdade de imprensa, sim, sou extremamente contrário. Se o Prefeito e o Secretário de Segurança vão fazer pouco caso da Constituição Federal e da determinação judicial, sim, sou extremamente contrário.
Cabe a cada um responder por sua manifestação. Se for pacífica, tudo certo. Se for com dano, violência, então que este responda por seus atos. Simples.
O Prefeito foi eleito com a sigla PL que afaga milhões de brasileiro e com o número 22 que representou os ansêios de LIBERDADE milhões de patriotas, mesmo assim não posso ser conivente com esta violência à liberdade individual e à ordem judicial. Critico um partidéco como o PSOL que tudo leva ao SFT para chorar as pitangas, mas fazem o mesmo aqui e querem que eu passe pano? Hipócriotas! Sejam coerentes nas suas falas e atitudes. A eleição passou e agora é a hora da cobrança e de apresentar resultados. Se não toleram o contraditório, mudem de lado e passem o poder.