Desde as eleições para prefeito/2024 em Foz do Iguaçu – motivo de ressaca para muitos – restou a observação e análise do cenário político. Resta acompanhar os passos dos que foram eleitos para gestão 2025- 2028. Logicamente a análise mais frequente recairá com maior facilidade aos que foram eleitos chefes do executivo municipal, General Joaquim da Silva Luna (PL) e seu vice, Ricardo, carinhosamente chamado pela comunidade de Ricardinho (PSD).
Tenho o hábito de dizer que as falas de políticos nada dizem quando comparadas a outras formas de linguagem. Os discursos são preparados em locais isentos de pressão, escritos em circunstâncias onde se possa pensar como construir uma conversa que possibilite uma apresentação a conexão com o receptor da mensagem, falar o que o ouvinte quer ouvir, colocar umas palavras aqui e acolá que gerem o sentimento de acolhimento e identificação a ponto de emocionar a plateia, fazer que tenham frisson e aos mais sensíveis, é possível fazer verter lágrimas dos olhos. Esta é a especialidade de um general que deve ser responsável por incutir em uma tropa o desejo, a missão de embrenhar-se em um terreno hostil em um hipotético cenário de guerra.
“Os pracinhas da Força Expedicionária Brasileira não venceram a guerra pelo simples sentimento de dever. Era muito mais que isto, e provavelmente, fora um General, o responsável por encorajar aqueles jovens militares a avançarem, simplesmente com a força do seu discurso.”
No cenário político, entretanto, há outros sinais que falam mais que um discurso, muitas vezes sendo estas sinalizações a principal forma de falar; sinalizações estas apresentadas por meio de Projetos de Leis, votos e inclusive vídeos e fotos.
Na era digital, onde muitos querem mostrar apoios políticos, uma foto fala mais que mil palavras e justamente aqui faço a observação: assim que passaram as eleições, fotos e vídeos foram postados nos perfis pessoais do Instagram dos recém-eleitos, Luna (PL) e Ricardinho (PSD). O que saltou aos olhos foi que mesmo tendo um apoio público de muitos do PL, inclusive o presidente Jair Bolsonaro, após a eleição não houve uma aparição sequer do General Silva e Luna (GSL) com qualquer membro do PL, seja nacional, estadual ou municipal. Não houve, pelo menos até a produção deste artigo. Enquanto isto, inúmeras sinalizações com membros do governo e políticos do PSD foram vistas.
A questão que fica é a seguinte: qual o espaço do PSD nesta gestão? Qual a razão desta aproximação massiva ao PSD? Quem votou, votou pelo PL ou pelo PSD? Quem tem a voz ativa, GSL ou Ricardinho? Qual o nível de gratidão do Brasil ao PSD de Rodrigo Pacheco, de Kassab, de Omar Aziz, de Beto Preto, Eliziane Gama, Otto Alencar? Questões para um próximo artigo, estas foram apenas as primeiras observações no pós-eleições 2024 em Foz do Iguaçu.
Por Artur Jocteel